sábado, 6 de novembro de 2010

AS RAZÕES DE UMA (RE)CANDIDATURA

"Publicou o Jornal de Notícias na sua edição nº 153, ano 123, de 1 de Novembro de 2010, um trabalho jornalístico sobre as eleições na Ordem dos Advogados, da autoria de Clara Vasconcelos, que contém algumas incorrecções relativamente às declarações que eu lhe prestei e ainda em relação ao meu mandato como Bastonário.
Assim, começo por sublinhar que me recandidato ao cargo para que os advogados portugueses me julguem pelo meu trabalho durante os últimos três anos, mas julguem também aqueles que não aceitaram os resultados das eleições de 2007 e tentaram, por todos os méis, impedir-me de cumprir o meu mandato, chegando mesmo ao ponto de lançar abaixo-assinados com visa à minha destituição.
Depois do que se passou nos últimos três anos entendi que me deveria submeter ao julgamento dos Advogados para que eles decidam quem querem à frente da OA nos próximos três anos: aqueles que, depois de serem eleitos em 2007, tentaram cumprir o mandato democrático que lhes fora outorgado ou aqueles que, usando de métodos antidemocráticos (chicana, ataques e calúnias pessoais, manipulação da imprensa, abaixo-assinados, usurpação de competências, violação do Estatuto da OA, entre outros), tentaram impedir os eleitos de cumprirem os seus mandatos.
É pena que alguns dos que assim actuaram e/ou caucionaram essa actuação tenham fugido ao julgamento da assembleia geral eleitoral do próximo dia 26 de Novembro, pois, ou não tiveram a coragem para se recandidatar ou então esconderam-se atrás de outros candidatos.
Por outro lado, não é verdade que tenha tido contra mim todos os conselhos distritais, mas tão só os do continente, pois os dos Açores e da Madeira nunca estiveram contra mim. Bem pelo contrário, tiveram sempre uma postura colaborante com o Bastonário e o conselho geral democraticamente eleitos.
Convém ainda esclarecer que em 2007 fui eleito numas eleições com a maior participação de sempre na história da Ordem dos Advogados e com um número de votos muito acima do máximo alguma vez conseguido por qualquer outro Bastonário antes de mim.
Apesar disso, alguns advogados pertencentes a uma certa elite que julgava (e, pelos vistos, ainda se julga) dona e senhora da Ordem insubordinaram-se contra os resultados dessas eleições e contra o próprio Estatuto da OA e começaram logo no próprio dia das eleições a dar o mote do que seria uma infame campanha para derrubar o Bastonário democraticamente escolhido pelos advogados portugueses.
Essa actuação antidemocrática e as pessoas que a protagonizaram são denominadas por Clara Vasconcelos como um «chorrilho de críticas que lhe [a mim] é dirigido pelos advogados mais ilustres». Estranha objectividade, essa, a da jornalista autora do trabalho em causa!"

António Marinho e Pinto

Candidato a Bastonário da Ordem dos Advogados